Uma nova narrativa visual! Dessa vez mais curta e com uma
necessidade diferente daquela da primeira história.
Aqui, as três imagens
ocupam “o mesmo espaço”; são montadas como nas histórias em quadrinhos. Em uma
página apenas a narrativa inicia, se desenvolve e chega ao fim. O tempo entre
cada acontecimento é mais direto, não faz questão de grandes respiros e
entremeios. Cada cena mostra apenas o essencial do acontecimento.
Ao contrário
da história anterior, na qual a menina e o mar precisam de um tempo para o
reconhecimento, o vento precisa ser sentido e a narrativa é mais demorada, apresenta
mais espaços para que o leitor/observador sinta e crie juntamente com as
imagens; essa nova história mostra uma transformação, e apenas depois dessa
transformação que a história de fato acontece, ou seja, o tempo é curto, são os
minutos necessários para que ela crie asas e comece a voar.
A disposição das
imagens mostra exatamente essa diferença. Os dois primeiros quadros, menores,
são segundos, flashes; enquanto que o terceiro e último é a causa, o motivo
pelo qual a história começou e dali é que ela deve seguir (na imaginação de
quem a lê/vê).
A respeito ainda da disposição das imagens, fiz dois testes
com aqueles espaços em branco que as dividem; fiz também uma montagem sem os
espaços, mas, ainda que a história seja rápida, ela precisa de um tempo, o
segundo de uma piscada de olhos, entre cada cena. Montei-as primeiramente como
quadrados alinhados, porém, aquela limpeza dos espaços entre eles não
condizia.. não sei se por conta desse tempo, que deve ser na medida certa e
daquela maneira havia ficado longo de mais ou se pela característica da
história, de ser fantasiosa e delicada de mais para as linhas e ângulos retos;
daí então decidi esfumaçar as margens de cada cena, como se a aquarela tivesse
transbordando. O resultado ficou, em minha opinião, perfeito! Ainda que sejam
cenas de rápida leitura, criou-se um espaço maior em cada uma e uma
transitoriedade mais suave entre elas.
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